O assassinato de George Floyd gerou uma série de manifestações antirracistas ao redor do mundo.
Nem a pandemia de proporção global que estamos vivendo hoje, ocasionada pela COVID-19, conseguiu impedir que milhares de pessoas fossem às ruas lutar contra o racismo e reivindicar seus direitos.
Nas redes sociais o movimento #BlackLivesMatter atingiu grandes empresas, artistas e influencers, trazendo mais voz a essa luta antirracista.
Há séculos a Humanidade enfrenta diversos tipos de preconceitos, que com muito esforço, hoje são considerados crimes em vários países.
Mas, para que a mudança realmente ocorra, precisamos olhar para dentro de nós com o intuito de assumir esses comportamentos. Esse é o primeiro passo.
Como esses preconceitos são enraizados e se tornam crenças em nossas vidas? Qual é o papel das emoções nesse processo e como podemos utilizá-las para desconstruir preconceitos que existem dentro de nós?
É exatamente sobre isso que vamos falar neste artigo. Confira!
O poder das emoções na criação de crenças
Para Rodrigo Fonseca, presidente da Sbie, a Matriz da Vida é um grande exemplo de como ocorre a construção de crenças e comportamentos que repetimos ao longo da nossa vida. Até chegar o dia em que tomamos consciência sobre essas questões.
“Na Matriz da Vida os programas emocionais são as crenças que construímos através da nossa família e sociedade. Primeiro ocorre uma comunicação e ela gera um pensamento em nossa mente, através de imagens que o lado cognitivo do cérebro cria. Essas imagens despertam as nossas emoções, seja o Medo, Raiva, Tristeza, Alegria ou o Amor. Conforme esse processo vai sendo repetido, através do pensamento e da emoção, criamos programas emocionais que nos fazem repetir o mesmo comportamento em determinada situação”, diz Rodrigo.
Fica claro que tanto a sociedade como a própria família podem contribuir para a construção de um comportamento preconceituoso sem que percebemos.
Por exemplo, se em algum momento rimos de uma “piada” preconceituosa, desde a nossa infância, isso já vai criando programas emocionais que nos influenciarão até a nossa vida adulta.
Nesse caso, a emoção Alegria fez parte do processo de construção da crença e em algum momento você vai acreditar que a “piada” é realmente verdade. Quando menos perceber, vai estar repetindo a “piada” para outras pessoas e contribuindo para a disseminação desse comportamento.
Veja mais: “O que são crenças limitantes e qual o papel da Inteligência Emocional?”
Como podemos mudar isso?
A Especialista Emocional e psicóloga Nathaly Antunes, que atualmente faz parte do nosso CARE, afirma que a auto-observação é essencial se desconstruir: “Ninguém muda aquilo que não tem consciência. Então, olhe para a sua história de vida, as crenças que carregou da sua família, amigos, sociedade… o momento que as assumiu como verdade absoluta na sua vida”.
É nesse processo de ressignificação que mudamos o programa emocional já construído. Quando identificamos que aquela “piada” é racista e preconceituosa, damos um novo significado ao acontecimento e paramos de repetir o comportamento de sempre. No caso, a risada.
Assim mudamos nossas atitudes e partimos para o segundo passo: a ação.
Veja mais: “Entenda quais são e como funcionam as cinco emoções básicas“
Dicas de séries, livros e artigos para você se desconstruir
Nunca é tarde para se desconstruir, rever crenças, comportamentos e opiniões. Na luta contra o racismo, precisamos fazer isso todos os dias.
Então, para você se aprofundar ainda mais no assunto e entender o seu papel na luta por um mundo mais justo e igualitário, confira nossas dicas!
Artigos
- Racismo no Brasil: todo mundo sabe que existe, mas ninguém acha que é racista — BBC NEWS
- Gente Branca: O que os brancos de um país racista podem fazer pela igualdade além de não serem racistas? — UOL
- O que esses CEOs estão fazendo para contratar e promover mais negros no Brasil — Época Negócios
Livros
- O Quarto de Despejo — Carolina Maria de Jesus
- O Genocídio do negro brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado — Abdias Nascimento
- Quem Tem Medo do Feminismo Negro? — Djamila Ribeiro
- Lugar de Fala – Djamila Ribeiro — Djamila Ribeiro
- Pequeno Manual Antirracista — Djamila Ribeiro
- Eu Sei Porquê o Pássaro Canta na Gaiola — Maya Angelou
- A Democracia da Abolição — Angela Davis
- Mulheres, Raça e Classe — Angela Davis
- Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas — Robin Diangelo
- O Ódio que Você Semeia — Angie Thomas
Podcasts
Filmes e Séries
- 13th — Netflix
- Cara Gente Branca — Netflix
- Olhos Que Condenam — Netflix
- Maya Angelou e Ainda Resisto — Netflix
- What Happened Miss Simone? — Netflix
- Barry – Netflix
- O Mordomo da Casa Branca — Netflix
- Selma: Uma Luta Pela Igualdade — Disponível para Alugar
- O Ódio que Você Semeia — Disponível para Alugar / Telecine
- 12 Anos de Escravidão — Netflix
- Faça a coisa certa- Spike Lee — Disponível para Alugar
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