O jornalista e âncora do Jornal da Globo, William Waack, foi peça central de uma intensa polêmica que reforçou uma questão muito presente no Brasil: o racismo “velado” e imbuído no inconsciente coletivo. Durante a cobertura da eleição presidencial americana, em Washington (EUA), quando estava prestes a entrar no ar, o apresentador se irrita com o som da buzina que vem da rua e dispara uma frase racista. O vídeo vazou na internet e teve uma repercussão gigantesca, causando o afastamento do profissional da emissora Rede Globo.
Para Inteligência Emocional, toda forma de preconceito reside em duas questões principais: a incapacidade de lidar com as diferenças e a baixa autoestima.
Isso ocorre com mais frequência em pessoas rígidas demais e com dificuldade em entender e administrar as próprias emoções.
A baixa autoestima e o preconceito estão relacionados, quando partimos da premissa que só é possível aceitar o outro, quando conseguimos nos aceitar. Para Rodrigo Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, é bastante provável que o jornalista tenha feridas emocionais relacionadas à própria autoconfiança: “Quando não resolvemos questões internas, acabamos descontando em terceiros as nossas próprias frustrações e isso pode ocasionar verdadeiros desastres”.
É muito importante trabalhar questões emocionais para atribuir novos significados que trazem à tona reações deste tipo. Rodrigo ressalta ainda, que o preconceito é algo que acompanha a sociedade durante muito tempo e está presente no inconsciente coletivo: “Em momentos de pressão e nervosismo, todo esse conteúdo que está registrado no cérebro emocional pode ser disparado e a pessoa acaba falando o que não devia”, esclarece Rodrigo Fonseca.
O que é possível aprender com essa polêmica?
O racismo é crime e a atitude do apresentador, assim como todas as manifestações de preconceito, são reprováveis! Porém, é muito importante usarmos o erro do outro para questionar em quais momentos nós também erramos diariamente.
É importante que façamos uma reflexão para conseguir encontrar os nossos próprios preconceitos e, assim, consigamos desconstruí-los. Coloque no papel seus prejulgamentos, por mais inofensivos você pense que eles sejam e tente racionalizá-los. Busque entender onde está a raiz deste padrão de comportamento ou pensamento.
Nós, da SBie, acreditamos que episódios como esses, precisam trazer aprendizado e é importante usar o erro do outro como referência para evoluir.
A Inteligência Emocional é fundamental para o desenvolvimento das competências necessárias para alcançarmos uma sociedade blindada de qualquer preconceito. Afinal, como disse Nelson Mandela – líder mundial na luta pela igualdade, “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”