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Recentemente, muitas pessoas, inclusive influencers e artistas, se posicionaram sobre um relacionamento exposto no BBB20, alegando que a relação em questão não é nada saudável — pelo contrário, se enquadra como relacionamento abusivo.

Cada vez mais tem se falado sobre o assunto, só que muitas pessoas ainda não conseguem entender o que é e como identificar essa condição.

É exatamente isso que vamos explicar ao decorrer desse artigo e ao final, você vai conferir uma entrevista exclusiva com a Especialista Emocional da Sbie Care, Linda Santos!


O que é um relacionamento abusivo?

A definição de relacionamento abusivo acontece quando uma pessoa exerce poder ou pressão excessiva sobre a outra, desenvolvendo no(a) parceiro(a) comportamentos como dependência e isolamento social.

O abuso pode acontecer em relações de diversos tipos e idades, como, por exemplo, entre pais e filhos, chefe e colaborador. Mas, é importante ter em mente que as mulheres são as que mais sofrem com isso.

A pesquisa “Percepções dos Homens sobre a Violência Doméstica contra a Mulher”, realizada pelo Instituto Avon, contou com a participação de 995 homens e 550 mulheres de 16 anos ou mais, de várias regiões do país, e constatou que:

  • 56% dos homens admitem que já: xingou, empurrou, ameaçou com palavras, deu um tapa ou soco, impediu a mulher de sair de casa, obrigou a fazer sexo, arremessou algum objeto durante a briga;

  • 75% dos homens apanharam de um adulto na infância;

  • São consideradas inaceitáveis atitudes como: (85%) a mulher ficar bêbada, (69%) sair com os amigos sozinha, (46%) usar roupas justas e decotadas;

  • 53% afirmam que a mulher é responsável pelo sucesso do casamento.


Você pode conferir a pesquisa completa aqui.

Essa situação prejudica a saúde emocional, psicológica, financeira, sexual e até mesmo interpessoal da pessoa que está sendo abusada.

Por isso, é muito importante saber identificar as principais características dessa condição para perceber se você está vivendo um relacionamento abusivo, seja no papel de oprimido ou opressor.

Temos que nos conectar com a nossa verdadeira intuição, trabalhar todos os dias nossa autoestima para que a coragem e o amor-próprio nos leve à ação de não aceitar essas atitudes, independente da pessoa, ambiente ou cultura.

Não é um processo fácil, tanto que muitas pessoas só “despertam” quando sofrem uma situação de forte impacto emocional.

E não é preciso sofrer para trabalhar as lacunas da nossa vida! Para começar um processo de cura! Com esforço e foco, é possível assumirmos o papel de protagonistas da nossa vida.


Rodrigo Fonseca, presidente da Sbie, explica como acontece a repetição de padrão!


Como saber se estou vivendo um relacionamento abusivo?

Muitas atitudes listadas abaixo foram vistas na infância e interpretadas como “certas”, fazendo com que a pessoa acredite que elas representam o “amor”.

A sociedade e a cultura exerce um papel muito forte nessa construção (apesar de estar mudando isso atualmente), pois, faz com que crenças limitantes fiquem enraizadas no subconsciente, limitando o comportamento e até mesmo, o pensamento de cada um.

Isso dificulta ainda mais o reconhecimento de que essas atitudes não são saudáveis e corretas em um relacionamento.

Então, preste atenção nesses sinais:

  • Sentimento de inferioridade;

  • Isolamento social (a pessoa não gosta dos seus amigos ou parentes, fazendo você se afastar deles e deixar de sair);

  • Violência sexual (obriga a ter relações sexuais contra a sua vontade e nunca há oportunidade de dizer não);

  • Violência verbal (critica em excesso, xinga, ameaça, compara você com outras pessoas, menospreza, faz chantagens emocionais);

  • Situações humilhantes em público;

  • Sempre ameaça se matar quando você diz que quer terminar o relacionamento;

  • Diz que te ama, mas você é sempre o(a) culpado(a);

  • Paquera outras pessoas na sua frente;

  • Ciúme excessivo (monitora suas redes sociais, pergunta onde você está, com quem está, para aonde vai, controla horários e roupas);

  • Agressões físicas.




Veja mais: O que são crenças limitantes e qual o papel da Inteligência Emocional?


Como saber se tenho atitudes abusivas?

Aqui as crenças limitantes também exercem um papel muito forte.

Se você leu os pontos destacados acima e percebeu que não os vivência, mas que, na verdade, faz isso com o outro, é preciso aceitar a situação e buscar ajuda!

Afinal, se você não trabalhar essas questões, nunca terá um relacionamento saudável na sua vida, além de fazer mal a outras pessoas.

Preste atenção nos seguintes comportamentos:

  • Sentimento de insegurança;

  • Nas discussões sente muita raiva, ao ponto de agredir, jogar objetos ou levantar a voz;

  • Sempre interrompe a pessoa em um diálogo e nunca para pra ouvir;

  • Só aceita atitudes que você acredita que são “corretas”;

  • Dificilmente aceita um “não”;

  • Justifica seus comportamentos culpando sempre a outra pessoa;

  • Você nunca pede desculpa ou assume que está errado(a);

  • De forma constante, mexe no celular da pessoa sem ela ver;

  • Seus amigos vivem te alertando sobre suas atitudes.


Entrevista sobre relacionamento abusivo com a Especialista em Inteligência Emocional, Linda Santos!

Linda se formou na primeira turma da Formação em Inteligência Emocional da Sbie, em 2017, mas há 17 anos tem contato com a Inteligência Emocional, “Como Especialista em Inteligência Emocional faço atendimentos pela Sbie Care, o que me permite ajudar muitas pessoas! Infelizmente, casos de relacionamentos abusivos são frequentes no consultório”, contou durante a entrevista.

Linda Santos, Especialista em Inteligência Emocional.


Pela Inteligência Emocional, o que faz um relacionamento abusivo acontecer?

Tudo está em nossa história de vida.

No caso da mulher, na maioria das vezes ela está buscando a relação dela com o pai. Seja por atração ou por repulsão. Se na história de vida daquela menina existiu alguma lacuna em relação ao pai, ela vai querer preencher isso, por mais bem resolvida que esteja na vida adulta.

Nos relacionamentos homoafetivos isso também acontece. A pessoa acaba atraindo quem tem os mesmos comportamentos que o pai ou a mãe, buscando aceitação.

No caso do homem que sofre um relacionamento abusivo, se ele teve um pai machista que maltratava sua mãe e hoje ele é muito ligado na mãe, cresce falando “nunca não vou ser que nem meu pai”. Só que a forma que ele encontrou de estar perto da mãe é justamente agindo igual a ela.

E a mulher que tem atitudes abusivas pensa “meu pai conseguiu ter a minha mãe assim”, então, acaba repetindo os mesmos comportamentos para ter o outro por perto.

Isso tudo acontece de forma inconsciente, por isso é tão difícil perceber. Despertar.


O autoconhecimento influência muito na probabilidade da pessoa viver um relacionamento abusivo?

Sim. Mas o principal é a autoestima. As pessoas acham que autoestima tem a ver somente com o físico e isso é um grande equívoco. Os seis pilares da autoestima são: Autoconhecimento, Autoaceitação, Autoperdão, Foco, Autocuidado e Realização.

Quando temos consciência desses pilares, não quer dizer que vou ser uma pessoa perfeita, mas, sim, que vou me aceitar e focar no que é preciso.

Para mim, o autoconhecimento é um dos principais pilares. Com ele conseguimos perceber se temos tendência ou estamos repetindo um padrão.


O machismo está muito ligado ao relacionamento abusivo, tanto por parte do homem quanto da mulher. O quanto podemos dizer que isso é uma influência da história de vida da pessoa e não de uma construção social?

Eu acho que os dois estão muito ligados porque a gente tem uma história de vida construída em uma sociedade. Então, precisamos desconstruir para reconstruir.

Aí entra a importância da Inteligência Emocional, pois, é onde faço uma reprogramação neural para desconstruir aquela crença limitante.


Qual emoção é mais latente no caso da pessoa que está passando por um relacionamento abusivo?

É o medo. Medo de perder a pessoa, medo de não agradar, medo de não ser perfeito(a)…


E no caso de quem tem as atitudes abusivas?

O medo também. Porque ela tem medo de “ah, se eu baixar a guarda vão fazer comigo que nem fizeram com minha mãe”, por exemplo. Tem medo de perder o outro, se machucar e sofrer...


O relacionamento dos meus pais pode cooperar para que eu tenha um relacionamento abusivo?

Com certeza. Nossa criação causa muitas crenças em nós! Geralmente, é desse âmbito que surgem as crenças limitantes machistas, preconceituosas e por aí vai.


Podemos dizer, então, que o relacionamento dos nossos pais é um fator decisivo?

Na verdade, não. Tudo vai depender de como a criança interpretou as situações traumáticas daquela relação. Se presenciou situações abusivas e viu aquilo como um ato de amor, logo, para não perder a pessoa que ama vai acabar fazendo a mesma coisa.

Por isso que desenvolver a Inteligência Emocional nas crianças é muito importante. Se a criança tem percepção de suas emoções, vai crescer um adulto consciente e, consequentemente, o percentual de relacionamentos abusivos vai diminuir em nossa sociedade.


O que é preciso fazer para não viver um relacionamento abusivo?

A primeira coisa é ficar atento aos sinais comportamentais tanto seus, quanto da pessoa que você está se relacionando.

Observe o que o outro entende sobre amor, medo, tristeza… Como ela lida com essas emoções.

Depois, desenvolva a sua Inteligência Emocional, busque informações para compreender os significados que você tem sobre cada uma de suas emoções. Conheça a sua história de vida e invista em ferramentas de autoconhecimento, como treinamentos e terapia.

Para a pessoa que tem comportamentos abusivos, é obrigatório procurar ajuda profissional no momento que perceber isso. Se não, pode começar a se sentir ameaçado e acuado, podendo elevar o nível de abuso até chegar a uma situação insustentável e criminal, como a violência física.



Veja mais: Afinal, o que é Inteligência Emocional?


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