A Psicologia Comportamental é baseada nas propostas do Behaviorismo de Skinner, que afirma que todos os comportamentos — tanto funcionais como os disfuncionais — são aprendidos e podem ser substituídos por meio da aprendizagem de novos comportamentos.
Para conseguir criar novas atitudes e comportamentos que sejam benéficos para o paciente, a Psicologia Comportamental estuda a interação entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Cada pessoa tem um sistema de funcionamento, e isso explica porque elas reagem de formas diferentes em situações idênticas. Histórico de vida, traumas de infância, interação com o ambiente, crenças e valores são alguns dos fatores que influenciam diretamente no comportamento humano.
Como a Psicologia Comportamental atua
Em um primeiro momento, é preciso identificar no indivíduo quais são os comportamentos limitantes que causam dor, sofrimento, prejuízos emocionais e sociais. Por meio da Análise Experimental do Comportamento, o terapeuta analisa a relação do indivíduo com o ambiente, entende quando e onde esses comportamentos disfuncionais ocorrem e qual função esses comportamentos têm para a pessoa: se proteger, ser reconhecido, chamar a atenção, ser amado — entre centenas de estratégias que o indivíduo adota para atender suas necessidades inconscientes.
A partir daí, é possível investigar pensamentos, sentimentos, crenças e valores que sustentam essas necessidades. Nesta fase, investigar a infância e história de vida da pessoa é fundamental para encontrar a origem do problema que será trabalhado.
Quando todas essas informações estiverem bem compreendidas pelo terapeuta e pelo paciente, é possível encontrar comportamentos adequados para minimizar aqueles que são considerados disfuncionais, ou seja, encontrar novas formas de agir que tragam mudanças reais na vida da pessoa.
A análise funcional na Psicologia Comportamental
O objetivo da análise funcional é entender em função do que o comportamento do indivíduo está baseado. Normalmente, o comportamento que a pessoa quer mudar é estabelecido pelas consequências e tem uma função em sua vida, mesmo que este comportamento seja inadequado.
Por exemplo, se ao falar em público a pessoa é criticada, a crítica provoca uma resposta desagradável no organismo. Este estímulo fica ligado ao ato de falar em público e, sempre que tiver que repetir esta ação, a pessoa sentirá uma sensação desagradável. Portanto, para falar bem em público, é preciso desassociar a ação do estímulo.
Com a Análise Funcional, é possível descobrir porque o comportamento indesejado foi iniciado e o que o mantém, permitindo identificar a relação da forma de agir com os eventos que controlam os comportamentos e, principalmente, desconstruir essa relação disfuncional entre evento, pensamento, sentimento e comportamento.
Psicologia Comportamental e a consciência
Muito mais do que um simples tratamento, a Psicologia Comportamental traz consciência.
Nos tornamos escravos de alguns comportamentos quando eles estão escondidos dentro de nós: quanto mais escondemos, mais eles nos controlam. Por outro lado, quando tomamos consciência de que agimos de determinada maneira porque foi a forma que aprendemos ou porque nos sentimos mais seguros, mais amados ou mais reconhecidos (ou seja, porque temos um ganho secundário com esse comportamento), passamos a assumir o poder de escolha.
A partir desta consciência, podemos escolher obter esses ganhos por meio de comportamentos mais saudáveis e mais funcionais, que trarão mais satisfação e felicidade. Podemos escolher desassociar sentimentos desagradáveis de eventos anteriores e nos permitir agir de forma diferente para os mesmos eventos, encerrando o padrão de repetição.
Imagem: © Depositphotos.com / michaeljung