Rodrigo Fonseca fez uma participação na revista PSIQUE, Ed. 159, EMOÇÃO COM INTELIGÊNCIA – A promoção das competências socioemocionais e cognitivas na mesma proporção resultará em gerações mais afetuosas.
Confira um trecho do artigo “Aspectos neurobiológicos do luto”:
“Nossa relutância em falar sobre a morte é frequentemente interpretada como uma evidência de que estamos com medo, e por isso reprimimos os pensamentos sobre ela: aprendemos a negá-la e nos sentimos aterrorizados, e isso se deve ao fato de a ligamos diretamente com a perda.
Alguns estudos recentes apontaram que nós nos sentimos mais preocupados com a possibilidade de perdermos um ente querido do que com nossa própria morte. Em geral, o processo do falecimento, a ausência, a dor e a solidão causam uma angústia maior do que o fim da vida em si.
Por isso, diante de uma perda significativa, desenrola-se um processo necessário e fundamental para que o vazio deixado, com o tempo, possa voltar a ser preenchido. Esse processo é denominado de luto e consiste numa adaptação à perda e a ausência.
O luto vem do latim lucto, e tem como sua definição o conjunto de reações diante de uma perda significativa. Ademais, em uma visão mais analítica, o luto nada mais é do que a perda de um elo significativo entre uma pessoa e a fonte desse sentimento, e, portanto, é um fenômeno natural e constante durante todo o desenvolvimento humano.
A Inteligência Emocional é importante na superação de tragédias porque permite que a pessoa olhe para as próprias emoções e entenda como são suas reações diante de cada uma delas. No decorrer deste artigo, o luto foi caracterizado como um processo não-linear e não-temporal, que varia de acordo com a fase emocional em que a pessoa se encontra e sua consequente intensidade.
Porém, o que determina o andamento desse processo é a capacidade que cada um tem de lidar com suas emoções para enfrentar a dor da ausência. A Inteligência Emocional representa a resiliência necessária para atravessar essa jornada de aceitação.”