A síndrome do pânico, também conhecida como transtorno de pânico, é um distúrbio psicológico que ocasiona crises de medo, pavor e angústia intensas (além de reações físicas), mesmo sem nenhum motivo aparente.
Essa condição afeta negativamente a qualidade de vida de muitas pessoas. Quando recorrente pode desencadear sintomas extremos, como fobias, depressão e ansiedade.
Estima-se que entre 4 a 6 milhões de brasileiros sofram de Síndrome do pânico, segundo comunicado disponível no site do Senado Federal.
A saúde emocional do ser humano está se tornando cada vez mais necessária na sociedade. Atualmente, é quase impossível que uma pessoa não conheça ninguém do seu círculo social ou familiar com algum tipo de transtorno psicológico.
Por isso, precisamos entender as emoções, traumas e experiências negativas que ainda nos causam mágoas. Quando ignoramos a dor, ela se manifesta de outro jeito — fisicamente ou emocionalmente.
Então, confira os principais sintomas, causas, tratamento e a diferença entre fobia social e síndrome do pânico para identificar de forma assertiva essa condição em você ou em outra pessoa!
Sintomas
Um ataque de pânico acontece subitamente, em qualquer situação e momento do dia — seja durante uma reunião de trabalho, seja dirigindo, limpando a casa ou até mesmo dormindo.
Durante a crise, um medo muito grande e sem motivo surge em segundos, gerando uma série de sintomas. Geralmente tem duração de 10 a 20 minutos, dependendo da intensidade.
Além disso, a pessoa sente medo dos ataques futuros que podem aparecer sem aviso algum.
E mesmo com o término da crise, alguns sintomas podem permanecer por mais de uma hora, por isso a pessoa deve observar a si mesma com bastante atenção.
Veja, abaixo, os principais sintomas físicos e emocionais da síndrome do pânico:
Sintomas físicos
- Palpitação, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia;
- Sudorese e tremores;
- Dificuldade para respirar, falta de ar e sensação de sufocamento;
- Calafrios e náusea;
- Dores no peito e desconforto;
- Formigamento ou adormecimento;
- Dificuldade para engolir ou sensação de estar com a garganta fechando;
- Ressecamento da boca;
- Dor de cabeça, tontura e até desmaios.
Veja mais: “Como controlar a Síndrome do pânico?”
Sintomas emocionais
- Medo de morrer;
- Ansiedade exagerada e descontrolada;
- Medo de uma tragédia iminente;
- Sentimentos de desproteção e desamparo;
- Tristeza e desânimo;
- Sentimentos de indiferença;
- Medo de perder o controle ou enlouquecer;
- Sensação de estar fora da realidade.
Fobia social e a síndrome do pânico
É muito comum que as pessoas se confundam entre esses transtornos, pois a síndrome do pânico pode fazer com que a fobia social se manifeste por conta do medo.
Como a pessoa acaba não querendo sair de casa, essa condição surge junto com a depressão.
A fobia social é caracterizada pelo medo intenso de vivenciar situações sociais e ela se manifesta em qualquer momento que exija interação com outras pessoas.
Já a síndrome do pânico traz consigo um medo enorme da morte e situação de perigo. As crises se manifestam em diversas situações do dia a dia, o que dificulta nomear apenas uma causa específica.
Causas
Embora não exista a comprovação de uma causa específica para a doença, pesquisadores acreditam que um conjunto de fatores internos e externos podem desencadear o desenvolvimento desse transtorno:
- Fatores internos: predisposição genética, estresse, excesso de autocobrança, temperamento forte, falta de resiliência, desequilíbrio emocional;
- Fatores externos: morte de alguém próximo, traumas como acidente, assalto, mudanças radicais na vida ou histórico de abuso sexual e outros traumas de infância.
Neurologicamente falando, a síndrome do pânico é causada pelo desequilíbrio dos neurotransmissores — em alguns momentos, uma falha na comunicação entre as células transmite a informação de que você precisa se proteger e reagir a uma situação de risco que na verdade não existe.
Sob o ponto de vista da Inteligência Emocional, o principal fator que desencadeia a síndrome do pânico é a relação afetiva materna, desde a gestação até o momento atual de vida.
Essas pessoas carregam uma crença de desamparo e desproteção em relação à mãe, seja por algum trauma vinculado ao medo, abandono profundo ou por alguma interpretação distorcida.
Por exemplo, uma criança pode interpretar que seu pai ou mãe o abandonam cada vez que eles saem para trabalhar e demoram a chegar. Ela cresce com essa sensação de desproteção e desamparo.
Até mesmo uma mãe que esteve muito ansiosa durante a gestação pode passar essa característica para seu filho e esse excesso de ansiedade pode desencadear a síndrome do pânico.
Veja mais: “É possível ter Síndrome do pânico e Depressão ao mesmo tempo?”
Síndrome do pânico tem tratamento?
A cura da síndrome do pânico está na descoberta e na ressignificação de suas causas.
Na maioria dos casos, alguns medicamentos são necessários para agir no sistema nervoso central, equilibrando os neurotransmissores e diminuindo a ansiedade da pessoa.
Porém, o uso de medicamentos vai apenas aliviar os sintomas, sem tratar o real motivo que desencadeou a doença.
Quando não olhamos para as questões psicológicas e emocionais, por mais camufladas que estejam, elas permanecem vivas dentro de nós, podendo se manifestar a qualquer momento.
Tratamentos psicoterapêuticos, como a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), são muito eficazes pois ajudam o paciente a entender os ataques de forma racional e a lidar com eles no momento que acontecem.
Técnicas de Inteligência Emocional buscam na história de vida da pessoa os motivos e gatilhos que desencadearam o transtorno.
De acordo com o histórico emocional e os conteúdos inconscientes do paciente, é possível atribuir novos significados a acontecimentos ou interpretações que trazem as crenças de desamparo e desproteção, ensinando a pessoa a diferenciar o que realmente é uma situação de risco e o que é apenas um padrão que foi criado ao longo dos anos.
É muito importante, ainda, trabalhar questões da personalidade — como excesso de responsabilidade, autocobrança, autocrítica e perfeccionismo.
Isso porque pessoas com essas características normalmente apresentam dificuldade para lidar com situações inesperadas, o que pode trazer um alto nível de estresse e ansiedade, desencadeando a crise.
No dia a dia, técnicas de meditação e respiração consciente são essenciais para controlar a ansiedade. A prática é essencial!
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