O drama do jovem Andreas Von Richthofen foi notícia na mídia e assunto nas redes sociais nos últimos dias. O irmão mais novo de Suzane Von Richthofen — responsável por planejar a morte dos pais em 2002, protagonizando um dos crimes mais famosos do País — foi detido após invadir uma casa na região sul da cidade de São Paulo apresentando um estado de confusão mental e condições de higiene precárias.
O jovem foi internado em um hospital psiquiátrico, onde é acompanhado de perto por uma equipe especializada, por um assistente social e por sua família. Antes desse episódio, Andreas teve uma trajetória brilhante na universidade, concluindo seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP) antes dos 30 anos e sendo muito elogiado por seus professores e colegas.
Ninguém sabe ao certo o que causou este episódio de descontrole. Desde que concluiu os estudos na USP, em 2015, não se sabe muito sobre a vida e rotina do rapaz: em uma das poucas vezes em que falou com a imprensa, Andreas disse que planejava sair do Brasil por conta do peso que seu sobrenome carrega. O ex-promotor de Justiça que esteve envolvido no caso, Roberto Tardelli, reforça que o jovem foi vítima de sua história trágica e pode ter tido uma crise nervosa.
É possível superar uma tragédia muito traumática?
No decorrer da vida, as pessoas passam por uma série de situações difíceis e que causam traumas emocionais capazes de afetar o comportamento e o pensamento do indivíduo. Mesmo que de forma inconsciente, muitas pessoas carregam os efeitos desses traumas para o resto da vida e adotam comportamentos e padrões que limitam seu desenvolvimento e impedem a construção de uma vida mais saudável.
Rodrigo Fonseca, fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie), explica que o rapaz perdeu toda a sua base familiar de maneira brutal durante a adolescência — justamente uma época da vida em que todos os programas emocionais criados na gestação vêm à tona. “É um impacto emocional absurdo”, comenta o especialista.
Sintomas apresentados por pessoas com traumas psicológicos
- Depressão;
- Dificuldade de concentração;
- Ansiedade;
- Isolamento social;
- Hipervigilância;
- Irritabilidade;
- Surtos de raiva.
É possível ressignificar um trauma tão grande?
Não importa quando o trauma foi gerado, ele sempre estará no subconsciente do indivíduo — seja como uma memória que trouxe algum tipo de aprendizado ou como uma dor que cria mecanismos inconscientes de proteção. Pessoas que vivenciam este tipo de tragédia geralmente têm muita dificuldade para encontrar equilíbrio emocional e viver uma vida saudável porque tendem a reprimir sua própria dor.
É impossível voltar no tempo e mudar o que aconteceu, mas é possível acessar a raiz desse trauma. Por meio do desenvolvimento da Inteligência Emocional, é possível fazer reprogramações emocionais e dar novos significados e interpretações ao acontecimento e as memórias que causam dor.