Você já teve aquela sensação de já ter passado por uma determinada situação antes? O fenômeno psicológico do déjà vu — termo francês que significa “já visto” — é bastante comum, e possui várias explicações tanto na área da psicologia como da neurologia. Existem algumas teorias formuladas sobre esse assunto, sendo que a psicanálise é uma das correntes da psicologia que se dedica a tentar explicar esse fenômeno mental.
Sigmund Freud, renomado médico neurologista, colaborou com o tema atribuindo esses episódios aos desejos reprimidos. Segundo ele, a sensação funciona como um mecanismo de defesa e indica que a ocorrência original causou algum tipo de sofrimento e, em consequência, foi reprimida. Para Rodrigo Fonseca, fundador e presidente da Sociedade de Inteligência Emocional (SBie), esse fenômeno é causado por gatilhos internos que trazem projeções de desejos que existem dentro do indivíduo.
Os especialistas não sabem explicar concretamente como essa sensação ocorre, e existem várias hipóteses sobre o tema, que continua sendo um verdadeiro desafio para todos os campos da ciência. O que se sabe é que esse fenômeno pode ocorrer com mais frequência em indivíduos que sofrem de esquizofrenia e epilepsia. O estresse, a fadiga, excesso de álcool e drogas também aumentam a predisposição ao déjà vu.
Alguns estudos apontam que, quando essas sensações são frequentes e intensas, pode ser um sintoma de epilepsia na área do cérebro responsável pela memória. Isso ocorre devido a disfunções na região do lobo temporal, que abriga estruturas como hipocampo e amígdala — que são as áreas do cérebro responsáveis por codificar os estímulos emocionais recebidos.
A relação entre o aspecto emocional e o déjà vu
De acordo com um grupo de pesquisadores do Reino Unido, Canadá e França, a sensação de déjà vu pode estar associada ao transtorno de ansiedade. Os especialistas acompanharam o caso de um jovem britânico de 23 anos, que vive com sensações frequentes de déjà vu há oito anos.
Segundo o neuropsicólogo cognitivo da Universidade de Bourgogne, Chris Moulin, o rapaz apresenta um histórico de ansiedade e depressão e, quanto mais angustiado ele se sente, maior é a frequência e a intensidade do fenômeno. As tomografias do rapaz não apresentam alterações, e sugerem que as causas são provavelmente psicológicas.
Vale destacar que a ansiedade está totalmente ligada às emoções, já que sentimentos como alegria, medo, tristeza e raiva podem deixar uma pessoa ansiosa em poucos segundos, especialmente se ela não souber lidar com esses sentimentos. O cérebro humano ativa a ansiedade de acordo com o surgimento de determinadas emoções e, para evitar que isso se torne um problema, é necessário que os indivíduos tenham consciência de como agem a esses impulsos desagradáveis.
Nesse sentido, é fundamental desenvolver a Inteligência Emocional, de modo a sair do automático e fazer com que esses processos de defesa do corpo se tornem uma escolha.