Muitas pessoas consideram que falar sozinho é um sinal de loucura. O que muitos não percebem, porém, é que os pensamentos também são uma forma de falar sozinho — mas de maneira silenciosa. Como estamos pensando a todo instante, estamos falando sozinhos a todo momento. Em geral, são tantos pensamentos ao mesmo tempo que é comum deixar algum deles escapar.
Cada indivíduo tem, dentro de si, diversos “eus”. O “eu adulto” e o “eu criança”, o “eu medroso” e o “eu corajoso”, o “eu triste” e o “eu feliz”. A dualidade existe dentro de cada pessoa, e todos esses lados se conversam internamente e geram sentimentos específicos, cada um defendendo a sua razão. Verbalizar é apenas uma maneira de acalmar essa discussão interna gerada pela dualidade.
A expressão de sentimentos
Os sentimentos surgem dos estímulos externos, que são responsáveis por fazer o indivíduo acessar seu conteúdo emocional. Durante um dia, milhares de estímulos despertam emoções diferentes, e não há espaço suficiente para armazenar tantas coisas dentro de um único ser humano. Por isso, verbalizar é uma ótima forma de externar algumas emoções.
Quando algo não dá certo, por exemplo, você pode verbalizar “não acredito”, como forma de dividir sua frustração com o exterior e não reprimir todos os sentimentos. Mas é preciso cuidado e atenção para expressar as emoções, pois uma crise de raiva pode fazer com que você fale coisas sem pensar e acabe machucando alguém.
Quando procurar ajuda
Pessoas que falam sozinhas de maneira constante e incontrolável, independentemente da presença de outras pessoas ao redor, precisam de atenção. Esse pode ser um sinal de que o processo de pensamento ou de consciência está alterado.
As razões para essa alteração variam, embora geralmente estejam associadas ao abuso de substâncias psicoativas — como álcool, drogas e medicação. Caso não exista o consumo de uma substância, o ato de falar sozinho pode indicar um quadro psicótico. Nesses casos, é importante buscar ajuda psicológica para identificar as causas e trabalhar a questão.