Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de divórcios no Brasil cresceu mais de 160% na última década. No ano de 2004, o País registrou um total de 130 mil separações legais e, em 2014, este número aumentou para 341 mil divórcios.
Na avaliação do próprio Instituto, o crescente aumento do número de divórcios é uma consequência das mudanças graduais que foram acontecendo no comportamento da sociedade, que passou a aceitar a separação conjugal como um processo natural.
Ainda de acordo com o IBGE, a idade média das mulheres que se divorciam é de 40 anos, enquanto a dos homens é de 44 anos. Como resultado desses números, tornou-se cada vez mais comum que novos casais se formem em um momento da vida em que as duas pessoas envolvidas na relação têm uma história de vida que geralmente inclui filhos de outros relacionamentos.
A pesquisa também detecta um crescimento nos pedidos de guarda compartilhada, o que aponta para a formação de um novo tipo de configuração familiar: “os meus, os seus e os nossos”. Essa nova família está presente em muitos lares e é comum que alguns casais tenham dúvidas na maneira de lidar com seus enteados em algumas situações que exigem convivência harmoniosa.
Rodrigo Fonseca, presidente e fundador da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie), explica que a principal medida para uma convivência harmoniosa entre todos os membros deste tipo de família é deixar a parte mais dura da criação para os pais biológicos. “É recomendável entrar na vida dos filhos do companheiro ou companheira pelo viés da amizade. É necessário que haja um acerto entre o casal para que as regras e os limites sejam estabelecidos pelos pais biológicos, enquanto o outro dará suporte como parceiro e amigo da criança ou adolescente. Isso é importante para uma educação mais efetiva, além de ser crucial para manter a harmonia entre o casal”, diz Rodrigo.
Dicas para embarcar no segundo casamento e lidar com os enteados
- Não tente fazer com que o novo parceiro seja um substituto do pai ou da mãe da criança;
- Demonstrar atenção e carinho para o enteado é fundamental, assim como estar aberto para o diálogo;
- Não entre em uma competição com a criança ou adolescente e jamais dispute a atenção do parceiro;
- Tenha um lugar para receber os enteados. Caso eles venham apenas durante os finais de semana, é importante que eles sintam que tem um espaço para eles na casa;
- Não faça diferença entre os seus filhos e os filhos do parceiro. Trate-os da mesma maneira;
- Não fale mal dos pais do seu enteado. Manter uma postura de respeito é fundamental para uma convivência harmoniosa;
- É fundamental explicar para as crianças que os pais não estão juntos por motivos específicos e isso não é culpa dos novos parceiros;
- Incentive a convivência entre pais e filhos e dê espaço para que eles possam estar juntos, sempre que desejarem;
- Desenvolva sua Inteligência Emocional e saiba como lidar harmoniosamente com todos os sentimentos envolvidos na relação familiar.
