A medicina e a ciência têm falado cada vez mais sobre como as experiências intrauterinas e o estado emocional da gestante afetam o bebê e impactam na sua personalidade.
A relação de troca é profunda entre mãe e filho. Desde o momento da concepção nasce uma forte ligação física e emocional, já que o bebê depende exclusivamente da sua mãe para se desenvolver.
Mas a troca vai além do desenvolvimento físico. Conforme o bebê vai crescendo no útero materno, ele recebe sinais químicos através da placenta, que permitem sentir o estado emocional e psicológico da mãe. Ou seja, emoções positivas e negativas são compartilhadas o tempo todo.
Desde cedo o bebê demonstra a sua ligação com o que se passa no mundo externo: assusta-se, movimenta-se, tapa o rosto como reação a estímulos ou eventos externos que o afetam. A vida psíquica é uma continuidade da vida intrauterina e, por isso, com todo o avanço cientifico, é possível afirmar que sim, o estado emocional da gestante afeta o bebê.
A gravidez e as emoções
A gestação é um período marcado por intensas transformações físicas, mentais e emocionais para a mulher — os hormônios ficam à flor da pele, o corpo se modifica, a ansiedade se faz presente e os pensamentos ruins chegam sem avisar.
Todos dizem que as futuras mamães devem evitar qualquer abalo emocional, mas a gravidez é repleta de situações e sentimentos novos, especialmente com a aproximação do momento do nascimento. O medo do desconhecido é responsável por causar a maior parte das emoções negativas (tristeza, ansiedade, medo, insegurança, raiva) que naturalmente surgem neste período.
São muitos os medos que podem afetar a mulher neste momento: medo de não dar conta de tamanha responsabilidade, preocupação com o próprio corpo e com a saúde do bebê, medo de desestabilizar a relação com o marido, medo da nova rotina e até medo do parto. Tudo isso, associado ao cansaço físico, à dificuldade de dormir, às alterações hormonais e aos diversos preparativos que precisam ser resolvidos, é suficiente para deixar a gestante exausta e irritada.
Como o bebê reage às emoções
Independentemente dos sentimentos da mãe, o bebê simplesmente registra a emoção como se fosse dele. As características de personalidade, de comportamento, de preferências e respostas do feto continuam depois do nascimento. Ao reviver situações estressantes semelhantes às da vida fetal, inconscientemente buscará o mesmo padrão de comportamento que apresentava na vida intrauterina para aliviar as tensões.
Se durante a gestação ou os primeiros anos de vida a pessoa interpretou que estava sendo rejeitada ou que não era amada, por exemplo, ela pode crescer com dificuldade de cultivar o amor próprio e de amar a vida como um todo. Essas interpretações ficam armazenadas no inconsciente da pessoa, e podem se manifestar em qualquer momento da vida, especialmente após sofrer algum trauma.
Crie uma relação positiva com o bebê
E como não deixar que esses sentimentos e emoções que, na maior parte das vezes, são incontroláveis durante a gravidez, afetem o bebe? Converse, converse bastante com o seu bebê. Conte sobre seu dia, fale o que está fazendo e diga que todos os seus sentimentos são seus. Explique porque está se sentindo triste, ou com medo, ou da forma que estiver.
Os pais podem ajudar o bebê a sentir novas emoções, estimulando-o de forma consciente. Falar, contar histórias, cantar, dizer o quanto ele é esperado – faz com que o bebê se sinta acompanhado e amado.
Comece a criar uma relação positiva e que transmita coragem e confiança para seu bebê e para você também. Quanto mais próximos vocês estiverem, mais equilibrado será o seu estado emocional.