A criança está em constante desenvolvimento e evolução, apresentando comportamentos diversificados durante os primeiros anos de vida. Elas ainda não sabem identificar e nomear as emoções, e grande parte das coisas que elas sentem durante a infância é entendida como seu jeito de ser. Por conta disso, a depressão infantil é muito mais difícil de ser diagnosticada do que a depressão nos adultos: os pequenos não têm consciência de que seus sintomas são causados por uma doença.
Uma vez que a infância influencia todo o restante da vida de uma pessoa, a depressão infantil é considerada uma doença grave. Nesse sentido, é essencial que o problema seja identificado rapidamente, permitindo que a criança receba acompanhamento psicológico o mais rápido possível.
Entendendo a depressão infantil
Sintomas da depressão infantil
Uma das formas mais assertivas de identificar um possível problema é por meio do desempenho escolar. Isso porque a depressão infantil afeta a capacidade de aprendizado, resultando em queda do desempenho escolar. Além de dificuldade para se concentrar, a criança pode ter problemas para se socializar e acabar perdendo o interesse nas brincadeiras.
A criança depressiva também apresenta sinais de irritabilidade e mau humor, e não necessariamente de tristeza ou desânimo. Além disso, sentimento de culpa, de desvalorização, medo e choro também podem se manifestar, bem como alterações no sono e apetite.
Causas da depressão infantil
Na depressão infantil, fatores genéticos e hereditários têm um peso significativo. Porém, são os fatores psicológicos e emocionais que funcionam como um gatilho para o transtorno vir à tona.
Considerando toda a evolução científica neste campo emocional, podemos afirmar que a depressão é uma espécie de “programa emocional” que foi desenvolvido e gravado durante as fases mais importantes da vida da criança: a gestação e a primeira infância. As experiências e traumas vividos nessas fases podem ser carregados para o resto da vida, especialmente se a pessoa não der um novo significado a esses fatos.
Filhos não desejados, tentativas de aborto, mães com quadro depressivo, tristeza durante a gestação, sofrimento fetal e complicações na gravidez são algumas situações que podem fazer com que o bebê registre sentimentos negativos. Além disso, ele pode se sentir culpado, desenvolver pulsão de morte e acabar crescendo com a ideia de que não merece viver.
A interação entre fatores genéticos, ambientais e psicológicos podem levar ao desenvolvimento da depressão infantil, especialmente se a criança não tiver um suporte emocional dos pais ou cuidadores.
Como tratar a depressão infantil
O acompanhamento psicológico é fundamental para o tratamento da depressão infantil. Casos mais leves podem ser controlados com psicoterapia, enquanto os mais graves podem exigir a utilização de tratamento medicamentoso. Pais, professores, médicos e psicólogos devem trabalhar em conjunto para acompanhar a criança e estimular seu desenvolvimento.
O papel dos pais na vida emocional da criança
Muitos casos de depressão infantil estão associados ao desejo inconsciente de chamar a atenção dos pais. Por isso, é fundamental compreender a dinâmica familiar e fazer com que a criança se sinta emocionalmente acolhida. Nesse sentido, é fundamental que os pais cuidem também de sua própria saúde emocional por meio de treinamentos de Inteligência Emocional ou processos terapêuticos.