Embora pareça estranho hoje em dia, na Idade Média era muito comum que religiosos católicos praticassem a autoflagelação como um ato de purificação após terem cometido pecados. A prática é atualmente condenada pelo Vaticano, mas é um distúrbio de comportamento que vem atingindo milhares de crianças, jovens e adultos, causando sérios prejuízos à vida da pessoa e indicar a presença de doenças psiquiátricas que podem levar ao suicídio.
A autoflagelação emocional é quando uma pessoa causa flagelo (dor) a si mesma para aliviar uma dor emocional ou para se punir de uma situação que a faz se sentir culpada. Trata-se de uma forma que a pessoa encontra de “enganar” o cérebro, fazendo com que a dor física traga um alívio emocional temporário. É uma maneira de autodestruição encoberta pela sensação falsa de alivio, que traz muito mais perda do que ganho.
Quais as causas da autoflagelação emocional?
A autoflagelação emocional é desencadeada pela necessidade de aliviar uma dor emocional, e pode ocorrer por diversos fatores. Os principais fatores que podem desencadear o distúrbio de comportamento são:
– Rejeição materna ou paterna;
– Abandono;
– Maus tratos na infância;
– Abuso sexual, físico ou emocional;
– Violência doméstica;
– Morte de alguém querido;
– Problemas com a sexualidade;
– Dificuldade de relacionamentos interpessoais;
– Baixa autoestima;
– Sentimento de incapacidade;
– Estresse.
As situações acima trazem emoções e sentimentos que alimentam a necessidade de aliviar a dor emocional, tais como: culpa, raiva, tristeza, medo, ansiedade, solidão, desespero e sentimento de indiferença. Quando não bem trabalhados, esses sentimentos alimentam a necessidade de aliviar a dor emocional de formas destrutivas.
Culpa: o principal combustível para a autoflagelação
A autodestruição é uma forma de autopunição. Pessoas que se autoflagelam sentem uma culpa muito profunda, e encontram na autodestruição uma forma de se punir e se destruir, quando o que elas buscam verdadeiramente é o autoperdão.
Durante a gestação a mãe sente todas as emoções de forma alternada e desproporcional. Tendo planejado ou não a gravidez, a mãe sente medo, tristeza, raiva, solidão e dores. O bebê também sente e registra todos esses sentimentos e emoções, passando a sentir culpa por causar dor à sua mãe. As experiências de sua infância podem intensificar ainda mais esse sentimento, de acordo com sua história de vida.
Autosabotagem e autoflagelação
Inconscientemente, a maioria das pessoas se autoflagelam de alguma forma. Algumas se autoflagelam fisicamente, enquanto outras destroem tudo nas suas próprias vidas como forma de se punir: acabam com relacionamento, família, carreira, dinheiro. Essa forma de flagelação pode ser tão séria quanto a física, pois é capaz de levar a pessoa ao fracasso e envolve outras pessoas.
Você já parou para se perguntar por que algumas pessoas conquistam tudo o que almejam, enquanto nada dá certo para outras? É claro que o comportamento e a iniciativa são fatores relevantes, mas o que realmente difere essas pessoas é o quanto elas se sentem merecedoras. Pessoas que carregam culpa e não se sentem merecedoras, inconscientemente destroem tudo em suas vidas.
Identificou-se com alguma situação acima? Comece a refletir se você está se autodestruindo e se você realmente se sente merecedor.
Como combater a autoflagelação emocional
Para combater a autoflagelação emocional, você deve olhar para as suas emoções e para sua história de vida. Não existe formula mágica para a cura de qualquer doença ou comportamento disfuncional, a não ser o caminho interior. Olhe cuidadosamente para sua história de vida, seus traumas, suas dores e seus padrões de comportamento.
A partir daí, tenha consciência de quem é você de verdade. Desenvolver sua Inteligência Emocional é o grande passo para trazer essa consciência e ressignificar dores que influenciam sua vida — como culpa, raiva e abandono — e fazem você se destruir física ou emocionalmente. Não sabe por onde começar? Nós podemos lhe ajudar!